Operação contra lavagem de dinheiro prende 15, apreende R$ 1,45 milhão e usa drone para evitar que provas sejam jogadas por janelas de prédios de luxo

Deflagrada na manhã desta quarta-feira (20), Operação Replacement também cumpre mandados de busca e apreensão em concessionárias e casas lotéricas no Grande Recife.

Uma operação contra lavagem de dinheiro realizada pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (20), no Recife, em Olinda e em Igarassu, prendeu 15 pessoas e apreendeu R$ 1,45 milhão em espécie. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em concessionárias de carros de luxo, prédios residenciais e casas lotéricas, onde cofres foram apreendidos 

Entre as prisões da Operação Placement, estão as de três homens e duas mulheres que estavam nos edifícios Píer Maurício de Nassau e Pier Duarte Coelho, um condomínio de luxo conhecido como Torres Gêmeas e localizado no Cais de Santa Rita, no Centro do Recife. Os nomes e as idades dos investigados presos não foram divulgados.

De acordo com o delegado responsável pela operação, Paulo Gondim, um drone foi usado no condomínio de luxo, para evitar que os alvos jogassem provas pelas janelas. A polícia informou que o chefe da quadrilha utilizava parentes e laranjas para a lavagem de dinheiro usando empresas como casas lotéricas, imobiliária, academia e concessionárias de veículos.

A investigação foi iniciada em abril de 2023 e tem empresários como alvo. Ao todo, a operação solicitou o bloqueio de R$ 608 milhões em contas e aplicações financeiras dos investigados.

A polícia cumpre três mandados de prisão domiciliar, 12 de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e valores e bloqueios de ativos financeiros, expedidos pelo Juízo da Décima Segunda Vara Criminal da Capital.

Dinheiro apreendido foi levado para o Depatri, em Afogados — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Dinheiro apreendido foi levado para o Depatri, em Afogados — Foto: Polícia Civil/Divulgação

De acordo com informações obtidas pela TV Globo, os mandados foram cumpridos, além das Torres Gêmeas, nos seguintes locais:

  • Três concessionárias de carros de luxo, sendo duas da JBS Motors (veja resposta da empresa mais abaixo) no Pina, na Zona Sul do Recife; e uma de nome não divulgado na Iputinga, na Zona Oeste da cidade;
  • Edfício Akropolis, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife;
  • Cinco casas lotéricas, sendo duas em Olinda e quatro no Recife (nos bairros de Boa Viagem, de São José e da Iputinga).

Foram apreendidos 14 carros de luxo, em concessionárias e com os presos, além de celulares e oito relógios. Eles foram levados para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, e para a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no Barro, ambos na Zona Oeste.

Também foi feita a restrição de veículos e embarcações da Marinha, segundo a polícia. A operação é coordenada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e pelo laboratório de Lavagem de Dinheiro (Lab) e recebeu apoio do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), Corpor de Bombeiros, Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas (Cemep) e Banco do Brasil.

Respostas

Por nota, a JBS Motors declarou que:

  • “Está à inteira disposição das autoridades competentes para o que se afigurar necessário, inclusive com o fornecimento de todas as informações necessárias à preservação da verdade e os devidos esclarecimentos”;
  • “Reafirma seu compromisso com a transparência e boas práticas empresárias, registrando o empenho em cooperar plenamente durante as pesquisas policiais em andamento, embora não figure no rol dos investigados, por si ou seus legais representantes”;
  • Está dedicada “a solucionar este assunto de maneira responsável, mantendo uma comunicação aberta e fornecendo atualizações conforme necessário”.
  • “São mais de 30 trinta anos de trabalho e serviço prestado, etiquetado pela ética, transparência e apreço às normas legais”.

Também em nota, a Caixa Econômica Federal afirmou que:

  • “Informações sobre eventos criminosos em suas unidades e na rede parceira são repassadas exclusivamente às autoridades policiais”;
  • “Coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes”;
  • “O funcionamento das lotéricas é fundamentado por regime de permissão”;
  • “Não coaduna com situações como as relatadas”;
  • “Dado o amplo direito de defesa, caso confirmado, adotará as providências cabíveis que incluem, em última instância, a revogação da permissão”.

FONTE: G1

https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2023/12/20/operacao-da-policia-contra-lavagem-de-dinheiro-em-predios-de-luxo-concessionarias-e-lotericas.ghtml

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