Agentes passaram quase um mês presos. Polícia diz que vítimas eram suspeitas de tráfico de drogas.
Foram soltos na segunda-feira (18) os seis policiais militares que estavam presos por suspeita de invadir uma casa e matar a tiros dois homens durante uma ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na comunidade do Detran, no Recife. A informação foi confirmada ao g1 pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), nesta terça-feira (19).
A invasão à casa em que os homens foram mortos foi filmada por uma câmera de segurança. As vítimas, segundo a Polícia Militar, eram suspeitas de tráfico de drogas e teriam trocado tiros com os agentes.
Os PMs estavam presos desde o dia 21 de novembro, quando tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça (veja quem são mais abaixo). Outros três, que também tinham sido detidos, tiveram liberdade provisória decretada.
Em entrevista coletiva um dia após as mortes, o diretor adjunto de Planejamento Operacional da Polícia Militar, coronel Fred Saraiva, disse que os policiais militares tinham um chamado para o bairro Casa Amarela, na Zona Norte da cidade, quando desviaram e foram para a comunidade.
O caso resultou ainda no afastamento e substituição do comandante do Bope, tenente-coronel Wambergson Correia Melo.
De acordo com o TJPE, a soltura dos seis PMs foi determinada durante audiência na Vara de Justiça Militar, que analisou o pedido de revogação da prisão preventiva dos acusados. O pedido foi atendido e os PMs receberam liberdade provisória sob a condição de cumprir medidas cautelares.
Na decisão, o juiz considerou que, após a apresentação de denúncia contra eles, com a oitiva de testemunhas, não havia risco de que os suspeitos pudessem atrapalhar o andamento das investigações.
“A partir de agora, o processo seguirá para as fases de inquirição das demais testemunhas, interrogatórios dos acusados e julgamento no processo”, informou o texto da decisão.
Prisão preventiva
Os PMs que estavam presos são:
- Carlos Alberto de Amorim Júnior;
- Ítalo José de Lucena Souza;
- Josias Andrade Silva Júnior;
- Brunno Matteus Berto Lacerda;
- Rafael de Alencar Sampaio;
- Lucas de Almeida Freire Albuquerque Oliveira.
Já os policiais identificados como Jonathan de Souza e Silva, Carlos Fonseca Avelino de Albuquerque e Valdecio Francisco da Silva Júnior receberam liberdade provisória, a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Segundo o TJPE, eles devem cumprir, ao menos, três medidas cautelares:
- Comparecer perante o juiz que ficar responsável pelo processo, no primeiro dia subsequente à audiência e depois, mensalmente, para informar e justificar suas atividades;
- Não se dirigir ao local onde ocorreu o fato e suas proximidades, devendo permanecer distantes dessas localidades, para evitar o risco de novas infrações;
- Suspender as atividades profissionais, devendo restringir suas atuações à área interna do batalhão onde estão lotados, sem uso de arma de fogo.
FONTE: G1