Bebê de 10 meses torturado em Olinda tem marcas de bitucas de cigarro e apenas quatro quilos, diz conselheira tutelar

Também foram identificados cortes, anemia e desnutrição, entre outros sinais de maus tratos.

A conselheira Cláudia Moura, coordenadora geral dos conselhos tutelares de Olinda, conversou com o g1 sobre a situação em que se encontra o bebê de 10 meses que estava sendo torturado pela mãe e pela madrasta. Entre os vários sinais de maus tratos, foram identificadas queimaduras de bituca de cigarro, cortes e anemia.

O Conselho Tutelar foi acionado, junto com a Polícia Militar, pelos profissionais do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) de Peixinhos quando o bebê deu entrada na unidade com sinais de maus tratos.

“A gente viu hematomas na cabeça, corte raso no meio da testa, a parte externa e superior da boca toda inchada, sangramento na boca e no nariz. Depois conseguimos identificar as mãozinhas e os pezinhos dele todos rachados, saindo secreção e com um odor forte”, contou Cláudia Moura.

De acordo com a conselheira, o bebê foi enrolado numa manta térmica devido ao quadro de desnutrição e encaminhado ao Hospital da Restauração, no bairro do Derby, no centro do Recife. Lá, a equipe profissional deu prosseguimento ao atendimento e identificou mais sinais de tortura e maus tratos.

“Precisaram fazer o aquecimento porque ele está com 4 kg, muito abaixo do peso esperado para um bebê de 10 meses. Depois, na Restauração, os médicos identificaram que também existem marcas de bitucas de cigarro no corpo. A tomografia que ele fez deu TCE [traumatismo cranioencefálico]. Também foi identificado que as feridas da boca e das mãos estão infectadas. Vai ter que tomar antibiótico e vai precisar tomar sangue, devido a anemia dele”.

Ainda segundo a conselheira, além do bebê, a mãe tem outros seis filhos. Três deles moravam com ela e outros três, com a família no Ceará.

As três crianças que estavam sob a tutela da mãe foram encaminhadas para a Casa de Passagem, local de acolhimento para pessoas com vínculos familiares rompidos ou fragilizados.

“O conselho viu que existe uma situação de negligência e agressão física. A gente precisou aplicar a medida para ficar com a criança, para que ela não retornasse mais para aquela família, entendendo que, se voltasse, existiriam novas situações de agressão e negligência”, justificou Cláudia Moura.

A mãe da vítima e a companheira foram presas em flagrante pela Polícia Militar na última terça (12) e encaminhadas para a da Delegacia Seccional de Olinda. De acordo com a Polícia Civil, as mulheres foram autuadas por maus-tratos, violência doméstica/familiar, lesão corporal e tortura. Segundo as autoras, uma delas teria dado tapas leves no bebê.

FONTE: G1

https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2023/09/14/bebe-de-10-meses-torturado-em-olinda-tem-marcas-de-bitucas-de-cigarro-e-apenas-quatro-quilos-diz-conselheira-tutelar.ghtml

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.