Paulista vacina adolescentes contra Covid com imunizante não autorizado pela Anvisa para menores de 18 anos

Pelo menos dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram vacinados contra a Covid-19 com um imunizante não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para menores de 18 anos (veja vídeo acima). Os casos ocorreram no Shopping Norte Janga, em Paulista, no Grande Recife, dias após o município ampliar a campanha para pessoas entre 12 e 16 anos com comorbidades ou deficiências.
 

No dia 17 de agosto, o governo do estado liberou a vacinação de pessoas com idades a partir de 12 anos, com comorbidades.

O imunizante aplicado nos dois menores de idade foi o desenvolvido pela Universidade de Oxford e o laboratório Astrazeneca, e importada pela Fiocruz. No Brasil, a única vacina autorizada pela Anvisa para aplicação em menores de idade é a produzida pela Pfizer.

Os dois casos foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). A prefeitura da cidade informou que procurou as famílias e “já está oferecendo todo o acompanhamento necessário”.

Um representante da Sociedade Brasileira de Imunologia aponta um “erro programático” na campanha, mas afirma que o risco é “pequeno” para eventos adversos.

Em São Paulo, houve casos semelhantes. O município de Rio Grande da Serra vacinou ao menos dez adolescentes contra a Covid-19 com imunizantes que não o da Pfizer, único que tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado em menores de 18 anos.

Asma

 

Garoto de 15 anos tomou vacina da AstraZeneca em Paulista, no Grande Recife; imunizante não tem autorização para menores de 18 anos — Foto: Reprodução/WhatsApp

Garoto de 15 anos tomou vacina da AstraZeneca em Paulista, no Grande Recife; imunizante não tem autorização para menores de 18 anos — Foto: Reprodução/WhatsApp

O primeiro erro de aplicação de vacina aconteceu no sábado (21), com o estudante Juan Augusto de Morais Araújo, de 15 anos.

De acordo com a professora Edjenia Araújo, mãe do rapaz, o adolescente tem asma crônica e, por três vezes, foi internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à doença. A comorbidade é uma das prioridades para o Plano Nacional de Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO).

“Chegando lá, estava bem aglomerado. Na mesa, frisei várias vezes que ele tinha asma crônica. A atendente anotou na mesa e já mandou meu filho se dirigir para a vacina. Lá, o técnico foi aplicando. Não informou a ele qual era a vacina e nós, na correria, saímos sem questionar. Em casa, quando fui conferir o cartão de vacina dele, vi que tinha tomado AstraZeneca”, afirmou a mãe do garoto.

Adolescente tomou vacina sem aprovação da Anvisa para menores em Paulista, no Grande Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp

Adolescente tomou vacina sem aprovação da Anvisa para menores em Paulista, no Grande Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp

Respostas

 

Por meio de nota, a prefeitura de Paulista informou que Larissa Brunnele está sendo “assistida e monitorada constantemente” e que a “conduta da profissional de saúde que cometeu esse equívoco está sendo apurada e as medidas cabíveis serão tomadas”.

A prefeitura disse que, antes da aplicação da dose errada, a Secretaria de Saúde já havia intensificado o monitoramento e a orientação aos profissionais de saúde em todos os polos de vacinação.

A gestão informou que “a fiscalização e a orientação a esses profissionais serão feitas com ainda mais intensidade”.

bre o caso de Juan, a administração municipal afirmou que “está monitorando o caso do adolescente que recebeu a AstraZeneca”.

Por meio de nota, a prefeitura afirmou que procurou a família da jovem e está oferecendo todo o acompanhamento necessário.

“A conduta da profissional de saúde que cometeu esse equívoco está sendo apurada e as medidas cabíveis serão tomadas”, afirmou, no comunicado. O município disse, ainda, que não houve o registro de outros casos semelhantes.

 

Estado

 

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que, por meio do Programa Estadual de Imunização (PNI-PE), foi comunicada sobre os casos pelo município.

Além disso, a secretaria disse que, em 60 dias, os adolescentes deverão tomar a vacina da Pfizer como segunda dose e que a evolução dos casos será monitorada.

“O PNI está dando todo o apoio técnico e solicitou que o município faça o monitoramento dos casos. Também está em contato com o Ministério da Saúde para saber como proceder nessas situações.

A SES afirmou, ainda, que o PNI-PE faz capacitações periódicas com os municípios para orientar sobre o processo vacinal contra a Covid-19, “além de repassar as devidas orientações nas reuniões da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e prestar apoio técnico sempre que necessário”.

 

FONTE: G1

 

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