Satélites da Universidade Federal de Alagoas indicam comportamento suspeito de navio que faz trajeto entre a Ásia e a Venezuela
Diferente das apurações federais, os pesquisadores apontam que o crime foi cometido por um petroleiro que navegou entre a África do Sul e a costa norte da América do Sul com o aparelho de localização desligado, ou seja, violando o direito marítimo internacional.
Durante o estudo, os pesquisadores concluíram ter existido um comportamento atípico no percurso do referido navio no período anterior a 28 de julho. Segundo o Lapis, entre 19 e 24 de julho, 111 navios-tanque que transportam petróleo cru passaram pela costa norte do Nordeste. Apenas um teria apresentado evidências de algum contratempo.
Trata-se de uma embarcação que normalmente faz o trajeto entre a Ásia e a Venezuela, passando pela África do Sul, com o equipamento de localização ligado. Em julho, ele teria feito um percurso diferente do habitual e com o aparelho desligado.
O monitoramento indicou que ele deixou a Ásia em 1º de julho e chegou à costa norte da América do Sul, na altura da Guiana, 27 dias depois. Na sequência, se aproximou da costa norte dos Estados Unidos e depois de Serra Leoa, na África, locais pelos quais não costuma passar, mas não registrou parada em portos. A partir de 13 de agosto, partiu de volta à Ásia. Atualmente, de acordo com o Lapis, que segue acompanhando o navio, ele faz seu itinerário normalmente, de Singapura à Venezuela, com os aparelhos de localização ligados.
A avaliação do Lapis foi corroborada pela organização americana Skytruth, especialista em análises do mar. Os dados da embarcação serão repassados ao Senado Federal, nesta quinta, quando haverá uma audiência pública da Comissão Externa que acompanha as investigações sobre a poluição por óleo no Litoral do Nordeste.