Quatro pessoas são presas em flagrante vendendo falsas cartas de crédito contempladas, em Boa Viagem

Uma das vítimas pagou R$ 2,6 mil por uma carta de crédito na falsa promessa de que, num prazo de 15 dias, receberia R$ 50 mil, segundo a Polícia Civil.

Dois homens, de 39 e 25 anos, e duas mulheres, de 29 e 24 anos, foram presos em flagrante por associação criminosa e estelionato, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, de acordo com a Polícia Civil. As prisões aconteceram na segunda (24), mas foram divulgadas pela corporação nesta quarta (26).

Policiais civis foram à sede de uma empresa de consórcios para cumprir um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva contra a proprietária do estabelecimento, uma mulher de 33 anos, que já era investigada pelos crimes de estelionato e associação criminosa.

No local, os agentes encontraram os autuados vendendo falsas cartas de crédito contempladas. Uma das vítimas tinha acabado de realizar o pagamento de R$ 2,6 mil por uma carta de crédito na falsa promessa de que, num prazo de 15 dias, receberia R$ 50 mil, informou a Polícia Civil.

Como funcionava o crime:

  1. Vendedores ofereciam produtos, como veículos e imóveis, abaixo do preço de mercado em anúncios na internet e por ligações telefônicas;
  2. Atraíam as vítimas para a sede da empresa para efetuar a suposta venda;
  3. Quando as vítimas chegavam ao local, informavam que o bem já tinha sido vendido e ofereciam as cartas de crédito contempladas;
  4. No contrato, a venda se tratava de um consórcio comum e o valor investido para a compra da carta contemplada era identificado como ‘taxa administrativa’;
  5. Após aguardar um prazo entre 10 e 15 dias, as vítimas eram informadas que não tinham sido contempladas com o consórcio e que precisariam fazer novos investimentos;
  6. Caso pedissem o estorno do valor investido, eram informadas de que o contrato não permitia a devolução da ‘taxa administrativa’.

O delegado Alessandro Orico, titular da delegacia de Boa Viagem e responsável pelo caso, reforçou que a legislação brasileira não permite a venda de carta contemplada.

“A legislação que rege o consórcio não permite a venda de carta contemplada. Muitas dessas vítimas eram pessoas de baixa renda ou que não procuravam esclarecimento. Elas não liam contrato e acreditavam que estavam comprando uma carta de crédito contemplada”, detalhou o delegado responsável pelo caso.

Empresa já era investigada

De acordo com o delegado Alessandro Orico, a empresa já estava sendo investigada pela Polícia Civil e diversos boletins de ocorrência já haviam sido registrados na delegacia de Boa Viagem. “Essa empresa já tinha sido alvo da equipe de investigação. […] Foi realizado um flagrante delito por associação criminosa. À época, eles pagaram fiança e foram liberados”, explicou Alessandro.

O delegado incentiva que outras possíveis vítimas da organização procurem a delegacia de Boa Viagem para registrar o boletim de ocorrência. “Nós já temos o procedimento pronto, só vamos alterar algumas informações porque basicamente o histórico de todas as vítimas é o mesmo”, disse.

Flagrante foi convertido em prisão preventiva

A proprietária do estabelecimento que vendia as falsas cartas de crédito foi presa em cumprimento ao mandado de prisão preventiva que já estava emitido em seu nome antes dos policiais civis realizarem o flagrante.

Procurado pelo g1, o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE) informou que os outros quatro presos passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.

Os dois homens foram levados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana. As duas mulheres foram encaminhadas para a Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste da capital pernambucana.

FONTE: G1

https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2023/07/26/pessoas-sao-presas-em-flagrante-vendendo-falsas-cartas-de-credito-contempladas-em-boa-viagem.ghtml

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