Pernambucanos prontos para manter hegemonia no Parapan

A uma semana do início dos Jogos, pernambucanos chegam a Lima com chances reais de ajudar Brasil no ranking de medalhas. Conheça os participantes

Dentro de uma semana, será dada a largada oficial para o início da sexta edição dos Jogos Parapan-Americanos, em Lima, no Peru. O Brasil viajará com uma delegação recorde, composta por 337 atletas oriundos de 23 estados e do Distrito Federal. Do grupo, 12 são competidores pernambucanos. Eles defenderão o País em seis modalidades, com chances reais de ajudar na conta geral das medalhas. 

No Pan, encerrado no último dia 11, Pernambuco teve seis representantes e marcou presença em sete pódios. Renata Arruda foi ouro no handebol, Érica Sena bronze na marcha atlética, mesma colocação de Priscila Oliveira no revezamento feminino do pentatlo moderno. Já a nadadora Etiene Medeiros faturou cinco medalhas, sendo uma de ouro, duas de prata e outras duas de bronze. A expectativa é ver a bandeira do Estado em pódios também no Parapan. 

As modalidades com o maior número de pernambucanos são atletismo e basquete em cadeiras de rodas. Mas vai ter representante também na natação, no tênis de mesa, no badminton e no futebol de 5. O futebol, por sinal, é uma das modalidades nas quais o Brasil mais tem brilhantismo mundo afora, sendo pentacampeão mundial e tetra paralímpico. Nesse grupo vitorioso está Raimundo Nonato, de 29 anos, natural de Orocó, no semiárido do Estado. 

 
No atletismo, competirão Agnaldo Francisco da Silva, Jenifer Martins, Leylane Moura, Sandro Varela e Fernanda Yara. Quem tem mais bagagem nesse grupo é Jenifer, de 30 anos, que já esteve em outras três edições do evento e tem medalhas de todas as cores em sua coleção. Entre os estreantes, Leylane, de 25, e Sandro, de 37, chegarão a Lima com boas projeções. A primeira é a melhor das Américas no arremesso de peso da classe F33 (paralisados cerebrais que competem sentados). Já Sandro é líder do ranking mundial e coleciona recordes no lançamento de dardo pela classe F55 (atletas com trauma raquemedular). É sua prova mais forte, mas ele competirá também o lançamento de disco e o arremesso de peso. 

A classificação para o Parapan, por sinal, é uma vitória na vida de Sandro, que foi baleado em um assalto em 2009 e sofreu trauma raquemedular na coluna (lesão T12 L1). O esporte surgiu como válvula de escape e, dez anos depois, está o levando a viver uma experiência única. “Foram sete anos de luta e preparação. Assisti ao Pan de 2015 com muita vontade de estar lá e com fé de quem um dia chegaria. A emoção por esse momento é enorme e eu quero aproveitar cada minuto, com foco, sempre. Sinto que, se Deus quiser, posso trazer o ouro para o Brasil no lançamento de dardo. Estou treinando forte e focado”, disse Sandro. 

Os convocados do basquete são Erick Epaminondas, Glebe Candido, Luciano da Silva e Anderson Ferreira, que esteve na campanha que valeu o bronze em 2007. Na piscina, Pernambuco estará com o veterano Phelipe Andrews Rodrigues, de 29 anos, e a novata Carolina Santiago, 34. Especialista nos 50 metros e 100 metros livre, Phelipe soma no currículo sete medalhas em Jogos Paralímpicos, sendo cinco pratas e três bronzes. Já Carolina é uma estreante com cartão de visitas de gente grande. Portadora da Síndrome de Morning Glory, uma anomalia congênita no nervo óptico, ela competia provas convencionais de natação e maratona aquática e está em sua primeira temporada no paradesporto. Já começou quebrando recordes e assegurando as classificações para o seu primeiro Parapan e também para o Mundial. 

O Parapan de Lima marcará a estreia também do jovem mesa-tenista Lucas Carvalho, de 19 anos. Considerado uma aposta da nova safra da modalidade, ele vem se destacando nacionalmente e tem conquistas interessantes em eventos internacionais pela classe S9 (atletas que têm amputação simples abaixo do joelho, mas possuem bom equilíbrio, ou que têm deficiência mínima em uma das pernas, caso de Lucas). Neste ano, ele optou por trancar a faculdade de jornalismo, no Recife, para fazer treinos mais puxados fora do Estado. Participou de um camping na Argentina e está há quatro meses em São Paulo, junto com a seleção brasileira. 

“A preparação foi pensada com meus técnicos no Recife e minha família. Vimos a necessidade de vir para São Paulo, onde só respiro tênis de mesa. Isso fez com que meu nível melhorasse muito, tecnicamente e fisicamente, para que eu chegue ao Peru na melhor forma possível”, conta Lucas, ciente da dificuldade que encontrará no torneio. “Sei que a minha classe é uma das mais fortes do Pan, vai ser muito duro para ganhar essa vaga (para Tóquio-2020). Mas a expectativa é colocar em prática o que eu venho treinando, me divertir, é importante jogar com felicidade, buscar ao máximo essa sonhada vaga ou ao menos uma medalhinha para o Brasil”, completa ele. 

Quem encerra a lista é a atleta do badminton Abnaécia Maria da Silva, de 25 anos, natural do Cabo de Santo Agostinho. Nos últimos anos, o Brasil ascendeu internacionalmente na modalidade e a pernambucana é uma das atletas do País que têm conquistas internacionais. Desde a edição de 2007, no Rio de Janeiro, o Brasil assumiu papel de protagonista no Parapan. A meta em Lima é manter essa hegemonia no posto de líder em conquistas no evento.

 
 

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