Recife registra inflação maior que a nacional

IBGE divulgou o índice para o mês de março de 0,75% para o Brasil e 0,82% para a Região Metropolitana do Recife

O Brasil teve a maior inflação registrada para o mês de março, desde 2015, segundo o IBGE que divulgou nesta quarta-feira (10) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice de 0,75% foi influenciado pela alta nos preços dos alimentos e dos transportes. O IPCA acumula altas de 1,51% no primeiro trimestre do ano e de 4,58% nos últimos 12 meses.
 
No Recife, cujo IPCA de 0,82% ficou acima da média nacional o aumento de 7,19% no preço das passagens dos ônibus urbanos colaborou para puxar o índice de março para cima.
 
A aceleração da inflação no mês foi determinada pelas altas de 1,37% no grupo Alimentação e bebidas e de 1,44% nos Transportes. Juntos, esses grupos responderam por 80% do índice do mês. Todos os grupos pesquisados no IPCA subiram de preço, exceto Comunicação, que com -0,22% foi o único com deflação. O preço dos alimentos subiu pressionado pelo tomate (31,84%), pela batata-inglesa (21,11%), pelo feijão-carioca (12,93%) e pelas frutas (4,26%). A razão, segundo o IBGE foram os problemas na safra por conta do excesso de chuvas no Sul e Sudeste do País. Os estoques baixos, fizeram com que o preço do feijão carioca mais que dobrasse no primeiro trimestre, a maior alta desde o Pano Real para esse período.
 

INFLAÇÃO

 
Para Pedro Costa, analista da Coordenação do Índice de Preços ao Consumidor amplo (IPCA), as condições climáticas interferiram nos produtos que são consumidos na cesta básica. “A inflação dos alimentos, sobretudo feijão, batata inglesa e tomate, pesa muito no calculo da inflação. Esse grupo responde por 25% do consumo das famílias brasileiras”, afirmou Pedro Costa.
 
Já o setor de transporte teve o impacto do aumento de 7,29% nas passagens aéreas (que tinha caído no mês passado) e também nos preços do litro da gasolina (2,88%) e etanol (7,02%). Os ônibus urbanos, na média nacional, sofreram 0,90 % de elevação no custo das tarifas. “O índice elevado de março reflete em parte o aumento de 10,82% no preço da gasolina na refinaria, concedido pela Petrobras entre 27 de fevereiro e 29 de março, período de coleta do IPCA”, explica o gerente de pesquisa do IPCA, Fernando Gonçalves.
 
Para Fernando Gonçalves, ainda é cedo para dizer que a inflação de 2019 está sob um viés de alta. “A inflação dos últimos 12 meses (4,58%) realmente está acima da meta prevista para este ano (4,25%), mas é importante observar que o índice de março de 2017 a março de deste ano ainda está afetado pela greve dos caminhoneiros do ano passado, que foi um ponto fora do eixo”, ressaltou Gonçalves. O técnico do IBGE disse ainda que só a partir do próximo mês de junho é que órgão poderá estimar se a inflação para este ano está sob pressão de alta ou não.
 
FONTE: JC

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