Em duas horas, 300 pessoas são cadastradas na busca de emprego no Estelita

Em meio à multidão de pessoas que fizeram uma fila na busca de emprego nas obras do projeto Novo Recife, no Cais José Estelita, nesta quarta-feira (27), o consórcio responsável pelo empreendimento já recebeu o currículo de mais de 300 trabalhadores em apenas duas horas. O grupo está cadastrando as pessoas interessadas nas 500 vagas temporárias disponíveis com as obras do projeto, que foram suspensas pela Justiça nessa terça-feira (26). Entre os interessados que estão desde cedo no local do empreendimento, estão de porteiros a engenheiros. O trabalho de cadastro continua nesta quarta (27), às 14h.

“Esses 500 (empregos) não são gerados imediatamente, ele é gradativo. A gente começa a obra e vai absorvendo a mão de obra. Então, a ideia foi exatamente pegar os currículos das pessoas que estão levando chuva e sol e depois liberar essas pessoas do portão. A gente está cadastrando todo mundo”, afirmou ao Blog o engenheiro do consórcio Eduardo Moura.

Eduardo Moura disse que o consórcio “espera retomar logo” as obras e ressaltou que o grupo que as pessoas que vierem a ser contratadas podem atuar em outros canteiros de obras. O engenheiro afirma ainda que a profissão mais buscada pelo grupo de empresa é a de servente de pedreiro. Além dela, pedreiros, ferreiros, carpinteiros e vigilantes também são as outras profissões buscadas pelo grupo.

Segundo Moura, após a conclusão das obras, o empreendimento vai criar cerca de 1.500 empregos permanentes. “São porteiros, camareiras, jardineiros, trabalhadores da rede hoteleira e empresarial, que vão estar aqui. Portanto, estamos perdendo tempo (com a suspensão das obras) para gerar empregos, não só na construção, mas em outras áreas”, ressaltou.

Os interessados nas seleção devem se dirigir ao Cais José Estelita para serem cadastrados pelos funcionários do consórcio. Além dos currículos em mãos, as pessoas devem levar a carteira de trabalho para serem entregues no ato de cadastramento.

Suspensão

A Justiça determinou, nesta terça-feira (26), a suspensão imediata da demolição dos galpões no Cais José Estelita, no Recife. O juiz Augusto Napoleão Sampaio Angelim, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, atendeu a um pedido da 20º e a 35° Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

A Justiça determinou, nesta terça-feira (26), a suspensão imediata da demolição dos galpões no Cais José Estelita, no Recife. O juiz Augusto Napoleão Sampaio Angelim, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, atendeu a um pedido da 20º e a 35° Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

“Com fim de se garantir o resultado útil do processo, requer, ainda, o Ministério Público de Pernambuco a concessão de liminar de medida de urgência, para o fim de determinar ao Novo Recife Empreendimento Ltda, que se abstenha de praticar todo e qualquer ato de divulgação e promoção de vendas de unidades imobiliárias futuramente disponibilizadas em duas torres, denominadas de Mirante Norte e Mirante Sul, bem como quaisquer medidas e práticas que por ventura tenham fundamento na Lei Municipal nº 18.138, de 05 de maio de 2015”, afirma o juiz, em trecho da decisão.

“Com fim de se garantir o resultado útil do processo, requer, ainda, o Ministério Público de Pernambuco a concessão de liminar de medida de urgência, para o fim de determinar ao Novo Recife Empreendimento Ltda, que se abstenha de praticar todo e qualquer ato de divulgação e promoção de vendas de unidades imobiliárias futuramente disponibilizadas em duas torres, denominadas de Mirante Norte e Mirante Sul, bem como quaisquer medidas e práticas que por ventura tenham fundamento na Lei Municipal nº 18.138, de 05 de maio de 2015”, afirma o juiz, em trecho da decisão.

Relembre o imbróglio

O consórcio formado por quatro empreiteiras – Ara Empreendimentos, GL Empreendimentos, Moura Dubeux Engenharia e Queiroz Galvão – comprou por R$ 55 milhões a área dos antigos armazéns, que pertencia ao espólio da Rede Ferroviária Federal, em leilão realizado em 2008.

Depois que a Operação Lance Final, deflagrada pela Polícia Federal em outubro de 2015, apontou fraude na compra do terreno, a Justiça Federal anulou o processo. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) suspendeu essa decisão um mês depois. Em junho de 2016, entretanto, o juiz federal titular da 1ª Vara, Roberto Wanderley, reafirmou a sentença, retomando a anulação do leilão.

O projeto inicial das construtoras era de construir 12 torres, entre residenciais e empresariais, de até 40 andares. A demolição dos armazéns para erguer os prédios começou há quase cinco anos, na noite de 22 de maio de 2014. Ativistas acamparam no local para impedir a ação, que foi suspensa devido à mobilização. A ocupação terminou pouco menos de um mês depois, uma ação de reintegração de posse em que a Polícia Militar foi acusada pelos manifestantes por uso de violência.

Novos protestos foram realizados, inclusive em frente ao prédio onde mora o prefeito Geraldo Julio (PSB), na Zona Oeste da cidade, e à prefeitura, no Centro.

A proposta do consórcio e o planejamento urbanístico das áreas do entorno do cais foram refeitos, sendo aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) no fim de 2015, quando o TRF5 suspendeu a anulação do leilão, um redesenho com algumas ações exigidas, como a criação de um binário para reduzir os impactos à mobilidade.

FONTE: BLOG DE JAMILDO

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