Defesa Civil do Recife demoliu, nesta quinta (23), ferro-velho e oficina de carros, no térreo, e 18 quitinetes na parte superior. Desabamento deixou uma mulher morta e 12 feridos.
A Defesa Civil do Recife demoliu, na tarde desta quinta (23), o resto da estrutura do imóvel que desabou na Rua Doutor Leônidas Cravo Gama, em Afogados, na Zona Oeste da capital, na quarta (22). Também foi demolido o imóvel vizinho, que teve a estrutura comprometida por conta do desabamento, que deixou uma mulher morta e 12 feridos. (Veja vídeo acima)
Durante a demolição, foram destruídos um ferro-velho e uma oficina de carros, que ficavam no térreo dos dois imóveis, e 18 quitinetes que havia na parte superior, dos dos quais estavam em construção.
Duas retroescavadeiras foram utilizadas no trabalho de demolição, que começou às 16h30 e terminou às 18h. Com o fim do serviço, a Ponte de Afogados, que liga a Rua Imperial ao Largo da Paz, foi liberada para a circulação de veículos.
Segundo a Defesa Civil do Recife, a via volta a ser bloqueada a partir das 8h30 da sexta-feira (24) para que os entulhos sejam recolhidos pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).
Ainda de acordo com a Defesa Civil do Recife, abrigos da prefeitura da capital pernambucana foram colocados à disposição das famílias que perderam os imóveis no desabamento ou na demolição.
A mulher que morreu foi identificada como Alba Valéria Guimarães. Ela era dona de casa e tinha dois filhos de outro casamento, que não moravam no local do acidente, segundo a cunhada dela, Juliana Daniela da Silva.
Na manhã desta quinta-feira, o Corpo de Bombeiros procurou por mais vítimas na área de demolição, mas as buscas foram encerradas por volta das 9h30 desta quinta. Funcionários do ferro-velho informaram que os três pedreiros que estavam sendo procurados deixaram o local antes do desabamento.
Por causa do acidente, a Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU) bloqueou a Ponte de Afogados. Os condutores que seguiam pela Rua Imperial foram orientados para desviar para a Avenida Sul em direção à Rua da Paz.
Moradores preocupados
O mecânico de manutenção Geaneval Gama chegou ao Recife em abril. Ele e a esposa vieram de São Paulo para tentar conseguir trabalho, mas até agora estão desempregados. “É uma cena triste. O pouco que eu tinha perdi tudo. Roupas, calçados, móveis”, conta.
Mesmo diante da tragédia, o mecânico diz que vivenciou um milagre. “Eu e minha esposa não sofremos um arranhão. Nós sobrevivemos”, afirma.
A dona de casa Josélia Félix está preocupada sem ter para onde ir. Ela morava há seis meses sobre o ferro-velho que desabou.
“Eu passei a noite na casa de um amigo. Recuperei cama, geladeira, fogão, guarda-roupa, mas não sei para onde levar. Espero ter um lugar para morar de novo”, diz.
A aposentada Estelita Santiago foi ao local do desabamento para prestar solidariedade a Josefa Félix, de quem é amiga há mais de vinte anos. “O que eu posso oferecer é ela ir dormir lá em casa. Os objetos dela eu não posso levar porque não cabem na minha casa. Mas a minha casa está à disposição”, afirma.
Feridos
O desabamento deixou 12 feridos, dos quais sete foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levados para unidades de saúde, e cinco não precisaram ser transportados pelas ambulâncias. Todos eles tiveram alta até a manhã da quinta-feira (23).
Joselita Maria de Oliveira, de 39 anos, foi levada para o Hospital da Restauração, no Derby, no Centro do Recife, onde passou por exames e teve alta. José Lucas Barros Melo, de 13 anos, teve pequenas escoriações nos membros inferiores e pequena lesão na cabeça, foi encaminhado para o Hospital Otávio de Freitas, onde fez exames. Jeniffer Ketlen, de 6 anos, foi atendida na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Ibura.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Recife, uma mulher de 34 anos foi levada para a Policlínica Agamenon Magalhães, em Afogados, onde foi atendida e liberada em menos de uma hora. Ela estava acompanhada de um homem de 46 anos, que não precisou ser atendido.
Uma bebê de 1 ano e 2 meses e uma adolescente de 18 anos foram para a UPA da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, mas o quadro clínico não foi divulgado.
FONTE: G1