ABRIL MARROM: Glaucoma e catarata, os maiores vilões da sua visão

No Brasil, cerca de 2% da população acima dos 40 anos sofrem com o glaucoma. Depois dos 70 anos, o risco triplica

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope, a pedido da Sociedade Brasileira do Glaucoma, 1/3 dos brasileiros acima de 16 anos nunca foi ao oftalmologista. Os números servem para alertar sobre o glaucoma, principal causa de cegueira irreversível do mundo. Sem apresentar sintomas em grande parte dos casos, tem como característica a alteração do nervo óptico, que pode causar danos irreparáveis à visão. A mazela atinge 67 milhões de pessoas no planeta. No Brasil, cerca de 2% (1 milhão) da população acima dos 40 anos sofrem com a doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Depois dos 70 anos, o risco de desenvolver a enfermidade chega a triplicar.

“Assim como a diabetes e a hipertensão, o glaucoma é uma doença crônica. Não adianta procurar fazer exercícios físicos ou controlar dieta. Uma vez que a pessoa tem, ela não pode ser evitada. Seu tratamento consiste no controle da pressão da vista. Então, se o paciente tiver casos de glaucoma na família (na maioria das vezes pais e irmãos), é importante ir ao oftalmologista. O diagnóstico precoce pode evitar a progressão da doença e complicações mais graves, principalmente antes dos 40 anos”, explicou Fábio Casanova, oftalmologista do hospital Memorial São José.

Como seu pai, Evanio Rodrigues, 57, sofre com o glaucoma há mais de 20 anos. 
Atualmente, depende de quatro colírios para manter a pressão ocular estabilizada. “De três em três meses vou ao oftalmologista para aferir a pressão da vista, fazer os exames de rotinas. Tenho glaucoma desde os 34 anos, e é uma luta diária, porque tenho que usar vários colírios. A pressão nos olhos já chegou a 32 mmHg, mas depois da cirurgia que fiz no final do ano passado, caiu para 16 mmHg e estabilizou”, falou o militar aposentado. 

 


Enquanto o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível, a catarata é uma opacidade da lente natural do olho, o cristalino, que também pode levar o homem à cegueira. Sintomas que podem ocorrer são visão dupla, sensibilidade à luz ou a percepção de imagens distorcidas. É uma enfermidade congênita (de nascença) ou adquirida, sendo a principal causa o envelhecimento. Na maioria dos casos, aparece no indivíduo depois dos 50 anos. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas. O tratamento para quem possui a enfermidade consiste na cirurgia que retira o cristalino opaco e introduz, no lugar, uma lente intra-ocular, devolvendo assim a visão normal ao paciente. A intervenção não requer internação sendo um procedimento de rotina. No Brasil já são mais de 600 mil cirurgias anuais. A recuperação é rápida e a pessoa pode retomar suas atividades normais em apenas uma semana. 

“Todas as pessoas terão catarata um dia, mesmo que se trate de um grau menor. Felizmente, é uma doença preventiva. Além de aparecer com mais frequência em pessoas acima dos 50 anos, ela também atinge aqueles que expõem muito a visão ao sol fazendo uso de óculos escuro irregular, que têm diabete, fazem uso de cortecoide ou são míopes. Um paciente que tem uma vida saudável, rica em vitaminas ou que faz uma dieta balanceada, tende a ter catarata tardiamente”, relatou o oftalmologista Fábio Casanova. 

Usuário de óculos há mais de duas décadas, o engenheiro civil Frederico Alves tem o costume de uma vez ao ano ir ao oftalmologista fazer exames rotineiros. Em uma dessas visitas descobriu que estava com catarata. Em cirurgia realizada em fevereiro, o morador de Aldeia conseguiu minimizar o problema. “Com a operação e a colocação de um novo cristalino já não preciso mais usar óculos. Segui o procedimento do pós-operatório, coloquei os colírios nos horários certos e estou enxergando normalmente, tanto para perto como para longe, o que era uma grande dificuldade.”, disse o senhor de 72 anos. 

FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO. 

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